ATÉ QUE O ESTADO RESOLVA INVESTIR
O último fim de semana não foi
dos melhores para a funkeira Tati Quebra Barraco, pois segundo a mesma, durante
sua apresentação na capital mineira, Tati recebeu a notícia que seu filho Yuri
Lourenço da Silva, de 19 anos teria sido morto por policiais no Rio de Janeiro.
Logo que a notícia foi divulgada
pela imprensa e disseminada em redes sociais, veio à chuva seca, em forma de
cantos de louvor à morte de mais um ‘bandido’. Nas redes sociais, Tati foi
chamada de "cretina" e seu filho " lixo" por muitos ‘sócionautas’.
Como na vida ninguém esta totalmente errado, os mocinhos da internet e seus satélites, acertaram quando afirmaram que o jovem “(...) não estava rezando, nem estudando, muito menos ‘trabalhando’” na hora em que tomou “um tiro no fuça”.
Interessante observar a reação da
sociedade frente a assuntos do gênero; vivemos em uma "democracia" onde cogitar
a possibilidade de um ‘bandido’ ter sido morto desnecessariamente pela polícia é a mesma coisa que, da um tapa na cara do patrão e logo em seguida cuspi em sua face.
Direitos humanos? “Vai tudo tomar no @#$%¨@%#$#&#%” “Leva o bandido pra
casa, cuida dele”
Eu também me pego varias vezes,
consumido pela indignação e ignorância, criticando o pessoal dos direitos humanos; mas
enfim, se com eles já esta difícil, imagina sem?
Pra quem nunca teve um caso
semelhante no seu circulo social é fácil celebrar e julgar quem mereceu ou não
morrer em uma operação policial, pois não é você que deixou sua família em casa
para trocar tiros com bandidos, não é seu filho ou parente que tomou um tiro,
não é você que se trancou dentro de seu barraco para fugir do conflito. Falar de longe
e fácil, quero ver agir e dar sugestões concretas para que a violência em nosso país
diminua. Salvo para as mães, dos envolvidos na operação, o caso de Yuri é só mais um BO que vai cair no
esquecimento no próximo por do sol.
Até que o estado resolva investir
verdadeiramente em educação ou encontre outra forma de controlar a violência no
Brasil, sem precisar super faturar obras, desviar dinheiro público, e trocar
tiros com a bandidagem, tranquemos (espero ter acertado na conjugação verbal) com nossos filhos dentro de casa, para que amanhã ele não tenha a oportunidade de ser um Yure.
Ahh...
Pareço bonzinho, mas, por
enquanto, não concordo com nossa querida ilustríssima Cecilia Meireles quando
ela disse:
“(...) Eu me transformei no
Mineirinho, massacrado pela polícia. Qualquer que tivesse sido o crime dele, uma
bala bastava, o resto era vontade de matar. Era prepotência.”
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