terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CANTOS DE LOUVOR À MORTE DE UM BANDIDO.

ATÉ QUE O ESTADO RESOLVA INVESTIR

(Filho da funkeira Tati Quebra Barraco morre em operação policial no Rio)


O último fim de semana não foi dos melhores para a funkeira Tati Quebra Barraco, pois segundo a mesma, durante sua apresentação na capital mineira, Tati recebeu a notícia que seu filho Yuri Lourenço da Silva, de 19 anos teria sido morto por policiais no Rio de Janeiro.

Logo que a notícia foi divulgada pela imprensa e disseminada em redes sociais, veio à chuva seca, em forma de cantos de louvor à morte de mais um ‘bandido’. Nas redes sociais, Tati foi chamada de "cretina" e seu filho " lixo" por muitos ‘sócionautas’.

Como na vida ninguém esta totalmente errado, os mocinhos da internet e seus satélites, acertaram quando afirmaram que o jovem “(...) não estava rezando, nem estudando, muito menos ‘trabalhando’” na hora em que tomou “um tiro no fuça”.

Interessante observar a reação da sociedade frente a assuntos do gênero; vivemos em uma "democracia" onde cogitar a possibilidade de um ‘bandido’ ter sido morto desnecessariamente pela polícia é a mesma coisa que, da um tapa na cara do patrão e logo em seguida cuspi em sua face. Direitos humanos? “Vai tudo tomar no @#$%¨@%#$#&#%” “Leva o bandido pra casa, cuida dele”

Eu também me pego varias vezes, consumido pela indignação e ignorância, criticando o pessoal dos direitos humanos; mas enfim, se com eles já esta difícil, imagina sem?

Pra quem nunca teve um caso semelhante no seu circulo social é fácil celebrar e julgar quem mereceu ou não morrer em uma operação policial, pois não é você que deixou sua família em casa para trocar tiros com bandidos, não é seu filho ou parente que tomou um tiro, não é você que se trancou dentro de seu barraco para fugir do conflito. Falar de longe e fácil, quero ver agir e dar sugestões concretas para que a violência em nosso país diminua. Salvo para as mães, dos envolvidos na operação, o caso de Yuri é só mais um BO que vai cair no esquecimento no próximo por do sol.

Até que o estado resolva investir verdadeiramente em educação ou encontre outra forma de controlar a violência no Brasil, sem precisar super faturar obras, desviar dinheiro público, e trocar tiros com a bandidagem, tranquemos (espero ter acertado na conjugação verbal) com nossos filhos dentro de casa, para que amanhã ele não tenha a oportunidade de ser um Yure.

Ahh...

Pareço bonzinho, mas, por enquanto, não concordo com nossa querida ilustríssima Cecilia Meireles quando ela disse:

“(...) Eu me transformei no Mineirinho, massacrado pela polícia. Qualquer que tivesse sido o crime dele, uma bala bastava, o resto era vontade de matar. Era prepotência.”




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