quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

MORTE, TALVEZ!










ClaudineyPenaforte |8:55 am
Capital Mineira, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018.


Hoje estava sendo aquele dia de verão tranquilo, suave, banhado por uma garoa que tenta limpar as ruas e matar a sede das plantas.  Já no lado de fora da minha toca, enquanto os pingos da chuva enxáguam as telhas da minha varanda seus chiados entraram no meu ouvido para assim me acordar, logo, abri um dos olhos, levantei cambaleando, fui em direção a cozinha, coloquei a água para ferver, coei o café sem qualquer pressa, tomei um xícara bem cheia deste delicioso liquido sagrado e em seguida me arrumei, peguei a minha bolsa, a chave do carro, liguei o motor, libertei uma breve flatulência e em seguida acelerei em direção ao meu trabalho, mas antes parei próximo a estação de metrô, pois a temperatura e condições climáticas, como quase sempre acontece, “obriga” o belo-horizontino a ir a padaria, trabalhar, ou/e ir a escola de carro, para assim embaralhar o já caótico trânsito da capital mineira, logo, parei o meu carro, desliguei os motores, tossi (sem abafa-lo com a mão), abri a porta do carro, sai do carango, mas antes mesmo de trancar a porta, e assim seguir a outra metade do caminho de transporte coletivo, fui surpreendido por um homem, aparentemente de 1.75 de altura e advogado , que a poucos metros da frente do meu veiculo, fez que foi, cambaleou e tropeçou no próprio pé para em seguida bater a cabeça fortemente no chão e naquela mesma hora desmaiar.

- PUTA QUEL PARIUU... Gritei assustado, mas tive que me conter, pois aquele senhor não era um bêbado que acabava de ser apagado pelo álcool.

Confesso que, por alguns milésimos de segundos, imaginei que o motivo daquelas trocas de pernas fora por efeito de algum liquido que também degusto, mas prontamente percebi a seriedade da situação, olhei para o lado, para ver se alguém poderia me ajudar, mas mesmo não encontrando ninguém próximo, corri em direção ao homem, ajeitei seu corpo no canto da rua, levantei sua cabeça e comecei a observar suas reações, que naquela hora se limitava a abrir a boca e estufar o peito, logo, perguntei por seu nome varias vezes, mas como não foi respondido, peguei seu telefone, ao perceber que este não tinha senha de desbloqueio tentei achar alguém na lista, mas infelizmente não consegui e tive que me conter com o envio de um simples “oi” para o whatsaap de um homem que acabava de enviar um texto que não tive tempo nem frieza para ler.

Ainda deitado no chão com a camisa e calça molhada pela enxurrada da chuva que corria no canto da rua, o homem perdeu os batimentos cardíacos e estufou o peito ainda mais, logo falei para o homem que vinha em minha direção gritando que estava ligando para o SAMU:

- Não esta respirando, será que morreu?

Prontamente um outro cidadão que acompanhava a situação gritou: “Morreu, Morreu”

Ao ouvir o grito que o homem que eu estava ajoelhado ao seu lado tinha morrido, quase entrei em desespero, mas me contive e comecei a fazer massagens cardíacas em seu peito antes de partir para a respiração boca a boca que felizmente não foi necessária, pois na 8º massagem cardíaca o senhor voltou a respirar normalmente.

Quando percebi que a tensão já havia passado, perguntei o nome dele, mas não foi respondido, pois ele começou dar sinais de confusão e logo a insistir que precisava se levantar e seguir rumo ao seu trabalho, mas o contive e, enquanto o cidadão que estava ao telefone relatava ao serviço de urgência que os ânimos estavam acirrados, comecei relatar o ocorrido ao enfermo e a sugerir que procurasse um o médico o mais breve possível, pois deus sinais de ataque cardíaco, infarto e em um certo momento parou de respirar.

Ao nos levantar foi surpreso por uma pergunta se morava na cidade de Caeté, logo estranhei, pois como um homem que nunca vi e que estava a beira da morte já se encontrava lúcido e adivinha minha cidade, mas logo este me relatou que leu a placa do meu carro e relembrou que também era caeteense e que já foi integrante de uma banda quando morava na cidade.

E assim, como um profissional da saúde, o fiz mil perguntas sobre seu histórico de enfermidade e antes que começasse a novamente o orientar que fosse a um hospital, ele perguntou o meu nome varias vezes e sinalizou que ia voltar para casa sozinho, pois morava no quarteirão ao lado.

Adeus, vá a um hospital hoje ainda, gritei enquanto o observava caminhar, pois ainda tinha duvida se ele estava bem.

E assim continuei meu destino, mas antes de chegar ao trabalho veio à mente mais orientações e perguntas que deviria fazer ao senhor, tal como:

“Quando chegar em casa, terá alguém para relatar o ocorrido?”

Que o seu Deus lhe de força e o proteja!

Obs: Isso realmente aconteceu e elaborei esse texto ainda dentro do metrô.


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